Voltamos à palingenesia, porque os numerosos
comentários no www.otempo.com.br o
exigem.
Sua etimologia vem de duas palavras gregas “palin” (de novo) e “genesis”
(geração): de movo em geração; regresso à vida depois da morte, o que deixa
claro que se trata da reencarnação, mas está traduzida erradamente na Bíblia
por regeneração, que é uma consequência das gerações ou reencarnações, mas não a própria regeneração.
Para o professor de grego,
doutor em Bíblia em Roma, o padre Carlos Torres Pastorino, autor de “Sabedoria
do Evangelho” (oito volumes), a tradução de palingenesia na Bíblia por “regeneração”
(Mateus 19: 28; e Tito 3: 5) é forçada para ocultar o sentido reencarnacionista
do contexto.
E não conhecemos, no cristianismo moderno, maior conhecedor da
Bíblia do que Pastorino!
A reencarnação foi aceita no cristianismo até o Concílio
Ecumênico de Constantinopla (553), convocado e dirigido pelo Imperador
Justiniano e à revelia da vontade do Papa Virgílio.
Há muitas obras sobre a reencarnação na Bíblia
de autores espíritas e não espíritas de vários países, entre eles o deste
colunista: “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”, lançado também em inglês,
nos Estados Unidos.
Muitos dizem que a palavra reencarnação não
está na Bíblia, o que é verdade, pois ela só foi criada em meados do Século
Dezenove por um grupo de cientistas europeus, entre eles Kardec, quando já
havia dezoito séculos que a escrita da Bíblia já tinha sido terminada. Mas ela
está sim na Bíblia através de outras palavras sinônimas dela ou de expressões
equivalentes a ela: nascer “de novo” (“anothen”).
E durante dois mil anos, esse
advérbio grego de quantidade “anothen” foi traduzido para o português na Bíblia
pela locução adverbial “de novo”. E assim se dizia no evangelho de João
capítulo 3 e com ênfase nos sermões dos padres e pastores: Para se chegar ao
reino de Deus, temos que “nascer de novo”.
Mas porque a crença na reencarnação,
ultimamente, cresceu muito entre os cristãos, os teólogos e tradutores das
novas edições bíblicas passaram a traduzir esse advérbio grego de quantidade
“anothen” pela locução adverbial de lugar portuguesa “do alto”.
Mas essa
manobra para mudar o sentido reencarnacionista tradicional do texto evangélico
“de novo” para “do alto” não colou, pois o espírito que reencarna renasce
também “do alto”, ou seja, dos céus ou mundo espiritual!
Quando se diz que uma
pessoa fez a passagem para o mundo espiritual ou morreu, esses dois modos de
falar têm o mesmo sentido. E assim, quando se diz que “palingenesia é “retorno
à vida” (Dicionário Prático Ilustrado, de Portugal) e “renascimento sucessivo
dos mesmos indivíduos” (Dicionário de Aurélio com Schopenhauer), os dois dicionários
estão falando de modo diferente a mesma coisa, ou seja, a reencarnação. Só não
vê isso quem não quer ver mesmo!
Mas podemos
interpretar também palingenesia nas traduções erradas bíblicas (Mateus 19: 28;
e Tito 3: 5), como sendo o período das nossas reencarnações. E, teologicamente
falando, a nossa regeneração já foi feita, antecipadamente, pelo projeto de Deus
quando da criação do homem.
Mas cabe a nós, agora, fazermos também a nossa
parte, para o que, exatamente, Deus nos deu a graça de outras vidas, pois essa
parte que nos toca fazer não se faz num pescar de olhos, mas durante as longas
eternidades das reencarnações!
PS: José Reis Chaves apresenta o“Presença Espírita na Bíblia”na www.tvmundomaior.com.br .
Nenhum comentário:
Postar um comentário