Na Bíblia, os fenômenos mediúnicos são conhecidos como proféticos. E entre os primeiros cristãos, eles eram chamados também de pneumáticos, adjetivo esse derivado do substantivo grego “pneuma” (espírito).
E, hoje, os fenômenos com espíritos, além de serem
denominados mediúnicos, são também assim
chamados.
Porém, o que importa
mais são os fenômenos em si, e, principalmente os bíblicos, de que procuraremos
demonstrar alguns exemplos.
A Bíblia, de Gêneses até o Apocalipse, está
cheia de fenômenos pneumáticos ou mediúnicos. “A lei foi anunciada pelos
anjos.” (Atos 7: 53). Ora, anjos são espíritos enviados ao nosso mundo. Todo
anjo é espírito (“pneuma”), mas nem todo espírito é anjo.
Se Moisés proíbe o
contato com os espíritos (Deuteronômio cap. 18), é porque esse contato existe
de fato. E ele fala de espíritos dos mortos e não dos tais de “diabos”. E aqui
cabe um esclarecimento. Os anjos e demônios são os mesmos espíritos humanos, os
já bem evoluídos que são os bons (anjos) e os ainda atrasados que são os maus. Mas,
o grego é a língua em que foi escrito o Novo Testamento.
E, nessa língua, “daimones”
são espíritos humanos bons e maus. No singular é “daimon”. Porém, como só se retiram “daimones” maus das
pessoas, pois “daimones” bons não nos atormentam, passou-se a entender
erradamente que todo “daimon” é mau! E assim, com o decorrer dos séculos,
convencionou-se chamar os espíritos maus de demônios.
Há até uma tradição
popular que nos demonstra que, na Bíblia, os espíritos são mesmo da mesma
natureza dos “daimones”, ou seja, a que fala em anjo bom e anjo mau. E eis
outro exemplo desse fato: Por analogia com o corpinho morto de uma criança, é
comum as pessoas denominam-na de anjinho.
“Restitui-me a alegria
da tua salvação, e sustenta-me com um espírito voluntário” (Salmo 51: 12). Não
se trata do Espírito do próprio Deus nem do Espírito Santo dogmático da Terceira
Pessoa da Santíssima Trindade, mas de um espírito, bom, voluntário (um “daimon”
bom).
E lembramos aqui que o Espírito Santo bíblico é uma espécie de coletivo
designando todos os espíritos. E, nesse caso bíblico, poderíamos dizer que o
Espírito Santo de Daniel é um dos espíritos humanos representados pelo Espírito
Santo bíblico, mas não o do dogma. (Daniel 13: 45 da Bíblia Católica).
Um espírito de um
homem macedônio apareceu a Paulo dando-lhe orientação sobre uma viagem. (Atos 16:
9). É um espírito manifestante bom, não
o do próprio Deus.
“Eis que meterei nele
um espírito e ele, ao ouvir certo rumor, voltará para a sua terra; e nela eu o
farei cair morto à espada.” (2 Reis 19: 7). O espírito não é o de Deus.
“...O espírito de
Elias repousa sobre Eliseu.” (2 Reis 2: 15). Não se trata também do Espírito do
próprio Deus que é recebido pelo grande médium Eliseu.
“Para que o Deus de
nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da Glória, vos conceda um espírito de
sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele.” (Efésios 1: 17).
Igualmente, aqui, o espírito enviado e recebido não é o do próprio Deus.
Os exemplos dados
escapam da maquiagem que fizeram na Bíblia para esconder os fenômenos mediúnicos
ou pneumáticos, grandemente divulgados, hoje, pela Doutrina Espírita.
E, na sua
Vulgata Latina, são Jerônimo (princípio do século 5º) preferiu corretamente a
tradução de “spiritus bonus” (espírito bom) à de Espírito Santo!
PS: Farei palestra no C.E.Joana de Ângelis, em 22-5-2016, às 19h,
Rua São Manoel, 567, Vila Rosália, Guarulhos, Grande São Paulo - SP
José Reis Chaves é escritor e palestrante Espírita
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